Que bem faz uma torneira sem controle, um carro sem freios, um cavalo sem rédeas ou um atleta sem autocontrole? As represas são constuídas para os rios. Os cartões de credito são emitidos com limites. Praticamente tudo deve ser controlado. Portanto, o auto controle também é uma virtude no reino espiritual.
Mas nós vivemos em um tempo em que os homens são brutais, violentos, imprudentes, desobedientes, ferozes, “sem autocontrole.” (2 Tim. 3:3). A defesa de Jeffrey Dahmer alegou que ele não era capaz de se controlar, e a verdade é que o homem, como um escravo do pecado e de Satanás, tem muito pouco autodomínio. Mas o pecado não é culpa de Deus e ele pretende colocar os descontrolados no Inferno. A Bíblia diz, por exemplo, que aqueles que consumam a ira habitualmente não herdarão o reino de Deus (Gal.5:19). O apóstolo Paulo falou com Félix sobre autocontrole e sobre o juízo de Deus aos descontrolados – o governador tremeu (Atos 24:25). É uma questão de Céu ou Inferno.
Mas as boas notícias são que quando alguém se torna Cristão, como tal, ele é morada do Espírito de Deus e os frutos do Espírito incluem “autocontrole” (Gal. 5:22-23). O Espírito Santo quebra o poder do pecado e produz autocontrole. Ele percebe que o dinheiro pode ser transformado em tesouro eterno e controla seus gastos de modo que possa ajudar aqueles em necessidades. É preciso muita força para controlar nossa comida, luxúria, sono, palavras, pensamentos, sim, nosso espírito. Mas os Cristãos são, na realidade, controlados pelo amor de Cristo (2 Cor. 5:14). Como posso eu desapontar Aquele que fez tanto por mim? Lembre-se da vitória de José quando ele foi tentado com o adultério: “Como, pois, posso eu cometer este grande mal, e pecar contra Deus?” ( Gên. 39:9)
A Bíblia atribui grande honra no autocontrole, como está escrito: “Melhor é o longânimo do que o valente; e o que domina o seu espírito do que o que toma uma cidade” (Próv 16:32). Pense em César, Alexandre, e Napoleão que capturaram cidades, terras e povos. Ainda, muitos foram os conquistadores que estavam na verdade cativos. Eles podiam governar povos mas não seus próprios corações, seus apetites, suas paixões, seus lábios. Entenda, melhor foi o controle de Gideão sobre seu espírito no apaziguamento do que suas conquistas sobre os midianitas (Juízes 8:2). Melhor foi o controle de Davi sobre seu espírito em prolongada paciência debaixo da opressão de Saul do que sua grande vitória sobre os Jebuseus. E melhor foi seu controle em humilde submissão à repreensão de Abigail do que todas os despojos de Nabal. Sim, esses são verdadeiramente “mais que vencedores”. Sim, Deus nos chamou para sermos reis (Apoc. 1:6) – não para termos domínio sobre terras ou povos, mas para termos domínio sobre o pecado, para sermos senhores das nossas vidas.