Reflexões Sobre a Morte de Um Filho

Categoria: Video
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29 de maio de 2002, era mais um desses dias frios, úmidos, outro desses dias de primavera em Northern Michigan. Nublado, chuvoso, gelado. Nada fora do comúm, exceto por uma coisa. Esse foi o dia em que nosso filho de 19 anos, Jonathan, morreu. O que você faz quando seu filho morre? Como você reage? Eles não te preparam para isso nos conselhos que te dão antes do casamento. Como você lida com isso?


, foi um desses dias frios, dia úmido de primavera em Northern Michigan. nublado, chuvoso, gelado. Não tinha nada de especial exceto por uma coisa. Esse foi o dia que nosso filho de 19 anos, Jonathan, morreu. O que você faz quando seu filho morre? Como você reage? Eles não te preparam para isso nos conselhos que te dão antes do casamento. As aulas pré-natais não te preparam para isso. Como você lida com isso? Eu não finjo ser um expert nisso, mas eu gostaria de conversar sobre isso por alguns minutos porque essa é a vida real. Filhos morrem. Talvez morrem ainda bebês. Ou com 1,ou 2 anos, ou 19. Como pai, o que você faz? Especialmente aqui, eu gostaria de olhar para isso da perspectiva de um cristão que perdeu o filho. Algumas vezes esse vídeo vai ser bem pessoal, mas, mesmo assim, eu não quero colocar nossa experiência com a morte do nosso filho além da autoridade das Escrituras. A Palavra é sempre a guia para todas as coisas dessa vida – não as nossas experiências. Por favor, deixe-me te contar brevemente o que aconteceu com nosso filho. Começarei dizendo que sou voluntário numa prisão em Michigan. Em 1999 eu conheci um prisioneiro que tinha mais ou menos 60 anos e que tinha passado quase metade da vida na prisão e que era conhecido ali por sua frieza em relação aos outros, mas, em 1999 o Senhor o salvou. Eu passei a conhecê-lo bem nos anos que vieram, e ele era um modelo para os outros prisioneiros. Homens do seu passado, quando transferidos para aquela prisão, encontraram uma nova criatura em Cristo Jesus. Então meu amigo prisioneiro ficou doente. Depois foi diagnosticado com um câncer de fígado intratável. Eu tive dois breves encontros com ele, antes de morrer, que se destacaram. Em um, eu perguntei para ele – agora esquelético, os músculos dos seus dias de levantador de peso, agora foram levados pelo câncer. Eu perguntei se ele tinha algum objetivo agora que estava morrendo. Ele disse: “Jeff desde que me tornei cristão, minha meta tem sido mostrar a esses caras como viver como um cristão. Agora que estou morrendo, eu quero mostrar a eles como morrer como um cristão.” O outro encontro foi quando ele foi levado a um pequeno escritório onde eu estava com alguns outros prisioneiros e voluntários e ele orou. E meu amigo orou, ele agradeceu a Deus por deixá-lo compartilhar, uma pequena parte, do sofrimento de Cristo para que ele pudesse ter uma vaga ideia do que Jesus aguentou em seu favor. Meu amigo morreu dez dias depois. Sete dias depois que ele morreu, eu me ajoelhei em outra prisão e orei ao Senhor para que se fosse necessário que Ele me quebrantasse como a meu amigo para que pudesse me usar, que Ele o fizesse, que me quebrantasse. Eu nem te contei outros exemplos de como o Senhor usou o quebrantamento na vida do meu amigo para que Ele fosse glorificado. Um mês depois, o Senhor respondeu minha oração. O Senhor me quebrou. Jon morreu dois meses antes de completar vinte anos. Eu não quero colocar a dor que sofremos lá e ainda sentimos até hoje, num lugar acima da dor dos outros. Eu não consigo te dizer quantas pessoas me disseram isto no funeral: “Eu não consigo imaginar.” Elas estão certas. Estão absolutamente certas. Diziam isso apenas três dias depois da morte de Jon. E agora, aproximadamente 19 anos depois? O que aconteceu nesse ínterim entre lá e agora? Se tem algo que eu quero dizer agora e deixar bem claro é: Isto dói. Por favor, por favor não repreenda um pai que lamenta a morte de seu filho, “Por que você está chorando? Ele ou ela está no céu agora!” Não importa se é um filho que morreu no parto ou se é uma senhora de 80 anos lamentando a morte de seu filho de 61 anos, por favor permita que os cristãos lamentem a morte de seus filhos. Por favor. Eles amavam aquele filho como apenas um pai pode fazê-lo. Por favor, permita que esse pai lamente da sua própria maneira. Nós vemos três exemplos disso com o rei Davi. Se olharmos para os três exemplos das mortes de seus filhos. Em 2 Samuel 12, Davi na verdade não mostra sinais de seu luto. Em 2 Samuel 13, quando descobriu que Amnom morreu, ele rasgou suas vestes e se deitou na terra. Em 2 Samuel 18 ele chorou no portão pela morte de Absalão. Quando Jó descobriu que seus dez filhos foram mortos, ele rasgou suas vestes e raspou sua cabeça e caiu no chão…e louvou. O que você faz, cristão, quando seu filho morre? Quando eu vi o corpo de nosso filho no caixão, um dia antes do funeral, comecei a chorar e eu não podia parar. Eu nunca soube o que era um verdadeiro pranto até aquele dia. Eu… não podia… parar. O pranto vinha como ondas e ondas, e eu estava ofegante por ar, eu estava chorando tanto e isso durou por minutos. Eu tinha chorado nos dois dias depois da morte de Jon, mas, nada como aquilo. Você talvez chore. Você talvez lamente. Você talvez gema. Faça isso. Deixe acontecer. E vou te dizer algo. Você talvez chore por um longo tempo. Conheço alguém que também perdeu um filho que me disse isto, não muito tempo depois que o Jon morreu: Vão haver dias em que você vai começar a chorar do nada e você não saberá que isso está vindo, e você não poderá parar. Não demorou muito para eu descobrir que eles estavam certos. Minha esposa e eu os chamamos de: “dias ruins pelo Jon.” Deixe-me dar-lhe um exemplo. Uma de nossas filhas se casou dois anos depois da morte de Jon. Ela tinha 17 anos quando Jon morreu. No casamento, eu aindei com ela pelo corredor e a entreguei, o que foi muito difícil, então voltei e me sentei. Perto da minha esposa, onde estávamos sentados na primeira fila, havia um assento vazio e sabíamos que era para o Jon. O que não sabíamos era o que nossa filha ia fazer. Ela escolheu uma rosa branca, se virou, desceu os degrais proxímos a minha esposa, e colocou a rosa branca no assento de Jon. Minha esposa e eu não pudemos nos segurar. Estas coisas ainda ocorrem ocasional- mente, espontaneamente, em 2021. Como você processa tudo isso, então? Quando é o seu filho que está no caixão. Quando você tem uma placa num cemitério em que está a data da morte do seu filho? Quando tudo que você tem são memórias e esperanças frustradas para o futuro de seu filho. O que você faz? Como você lida com isso? É aqui onde sua doutrina é importante e quanto você realmente confia na sua doutrina. A principal doutrina aqui é a soberania de Deus. Eu sei que todo cristão vai dizer que acredita na soberania de Deus… Mas, quando a realidade bate em suas portas, muitos não acreditam. Existe uma razão de eu ter te contado sobre minha oração na prisão alguns minutos atrás. Deus respondeu minha oração. Eu só não tinha essa resposta na minha lista das muitas maneiras de COMO Ele iria responder. Deixando minha oração de lado, Deus é soberano? Sim. Quão soberano, então? Absolutamente soberano. Mesmo quando seu filho morre. Absolutamente soberano. Ele não estava tirando uma folga de sua soberania no dia que nosso filho morreu. Talvez você estivesse orando para que Deus protejesse seu filho… ou curasse seu filho… e ele morreu. Não importa se foi de repente ou não. Então, o que você faz com sua doutrina? Você toma essa doutrina e diz, “Confio em Ti, Senhor. realmente confio.” Mesmo quando você está chorando e procurando por respostas – quando o Jon morreu, nós encontramos uma mulher na nossa igreja que sua filha morreu quando era pré-adolescente e nunca descobriram como. Elas apenas… morreu. Assim. Você sabe que nós proclamamos que confiamos no Senhor em todas as coisas aqui em “I’ll Be Honest.” Mesmo quando seu filho morre… sob a vontade soberana do Deus Todo Poderoso. Jó estava absolutamente certo. “Deus o deu, Deus o tomou; louvado seja o nome do Senhor.” Há um casal que acabou de entrar para nossa igreja que são relativamente novos convertidos, e eles costumavam ir a outra igreja aqui em San Antonio que prega o evangelho da prosperidade, e como novos convertidos, eles estavam lá quando um pregador bem conhecido da prosperidade foi àquela igreja e entregou uma mensagem, esta era a mensagem: “Deus não tem nenhum direito de tirar algo de você – NUNCA.” Aquele marido me contou, que mesmo como um novo convertido, ele sabia que algo estava errado naquilo. Jó certamente discordaria daquela pregação e relembrando as Escrituras, ela nos diz que em todas essas coisas Jó não pecou. Você talvez cante essa canção na sua igreja “Louvado seja o Nome do Senhor.” “Tu dás e tiras” é uma parte dessa canção. Como você canta essa canção quando seu filho morreu? Você canta com fé e talvez com lágrimas ao mesmo tempo. mas, o Senhor é tão bom e tão fiel no dia em que seu filho morre como Ele era no dia anterior. Eu me identifico com o lamento de Davi em 2 Samuel 18 pela morte de seu filho, Absalão, quando Davi estava aos prantos, clamando, “Meu filho, meu filho!” Entendo muito bem. Quando seu filho morre, no momento, você talvez não pense sobre o que Deus planejou para você como Romanos 8:28 diz, que Deus faz que todas as coisas cooperem para o bem daqueles que o amam e que foram chamados de acordo com o Seu propósito. Eu não tinha ideia, parado alí na chuva, em Michigan em 29 de maio de 2002, do que Deus havia planejado. Acontece que Ele tinha planejado para mim, usar a morte do Jon como uma parte do meu ministério na prisão. A morte do Jon foi usada para me dar um acesso aos prisioneiros que nenhum outro voluntário no grupo tinha. Homens eram atraídos a uma conversa comigo sobre coisas que não conversariam com ninguém mais. Deus usou a morte do Jon para espalhar o evangelho e eu certamente não sabia disso no dia que o Jon morreu. Todos os filhos que você tem agora ou terá no futuro, vivem pela graça de Deus. Nele, seus filhos vivem e se movem e existem, como Paulo afirmou em Atos 17. Enquanto eu falo, temos outros cinco filhos que sobreviveram e 17 netos. Cada um deles vive e se move e existe graças a bondade de Deus. Os dezenove anos e dez meses que tivemos com o Jon existiram graças a bondade de Deus e por mais que a morte dele tenha nos machucado ao longo dos anos, nós não trocariamos aquele tempo por nada. Somos gratos por dezenove anos e dez meses. Confie em Jesus Cristo. Eu sei que isso pode parecer muito simplista, mas é verdade. Confie nEle e confie em Seu povo. Seus companheiros critãos talvez digam coisas estranhas, ou mesmo coisas tolas para você quando seu filho morre, mas, apenas entenda que estão tentando te ajudar. Eles não sabem o que dizer, mas querem dizer ALGO que te ajude. Vou te contar uma história sobre o silêncio daqui um minuto. Deixe que o povo de Deus tente te ajudar. Não se feche em uma concha. Vou te mostrar o que é um mau conselho – o mau conselho te dirá para ficar em casa e não ir aos cultos até que você tenha vontade. Corra desse conselho. O exato lugar que você deve estar depois da morte de um filho é entre o povo de Deus – Você precisa permitir que o povo de Deus faça o que a Palavra os encarrega de fazer em , versos três e quatro, onde somo instruídos a confortar uns aos outros com o conforto que Deus nos deu. Lembre-se do que a Bíblia nos diz em Romanos 12:15 – para não apenas nos alegrarmos com os que cantam mas chorar com os que choram. Não é pecado chorar pela morte de um filho. Verdadeiramente, não é. Porém, é pecado quando você não permite que o povo de Deus obedeça um mandamento. As vezes, você só tem que engolir seu orgulho e deixar as pessoas te verem chorar ou te verem depois de ter chorado, e você parece despedaçado e não estou falando apenas para mulheres agora. Por fim, agora, tratarei de um assunto sensível: Não foque no destino final de seu filho. Depois que seu filho morreu, não há nada que você possa fazer para mudar isso. Talvez você tenha dúvidas. Onde está o meu filho? Céu ou inferno? Onde quer que seu filho esteja, ele está lá por toda eternidade. O coração dessa questão é – onde VOCÊ passará a eternidade? As pessoas dizem que nós provavelmente mal podemos esperar para ver o Jon de novo. Se ele está no céu ou inferno agora, esta é uma discussão para outra hora. Mesmo que o Jon esteja no céu, esta não é a coisa mais importante para mim e para minha esposa. O que importa é se NÓS estaremos no céu. Nós estamos prontos para morrer? Eu penso sobre o que Jesus disse as pessoas – preste atenção em Lucas 13, quando vinham a Ele para reclamar do governo e seu tratamento injusto para com os adoradores, e Jesus diz para eles – duas vezes – o que realmente importa, “Vocês acham que essas pessoas eram piores que vocês? Arrependam-se ou vocês também perecerão.” É nisso que devemos pensar depois da morte de um filho? Sim, é isso. É nisso que deveriamos estar pensado antes de nosso filho morrer, também – Nós estamos prontos? Estamos correndo a carreira com perseverança? Resistiremos até o fim? Estamos andando em novidade de vida? Estamos andando em uma maneira digna do evangelho? Eu não estou indo para o céu para ver o Jon e minha esposa também não. Nós estamos indo para lá para ver e estar com Jesus, Mas, temos que perseverar até o fim. E quando perseverarmos e entrarmos nas realidades que vemos em Apocalipse 21 e 22… se eu ver o Jon lá, será apenas a cereja do bolo eterno. Nosso desejo é Jesus…vê-lO como Ele é. Deixe-me encerrar dizendo algo para você que talvez conheça alguém que perdeu um filho… ou talvez algum dia você conheça. Deixe-me falar desde a vida real aqui sobre o que ministrou sobre nossas vidas naquele dia. Nos contaram sobre a morte do Jon mais ou menos 7:30 da manhã. Por volta das 10:30, nós estavamos em casa sozinhos. Minha esposa e eu, e nossos três filhos mais novos – os dois mais velhos eram adultos e já tomavam conta de si. Era um dia gelado, chuvoso e triste em Northern Michigan. Estavamos sentados lá paralisados. Eu liguei para alguns amigos para que soubessem o que aconteceu. Alguém bate na porta. Parado lá na chuva estava um dos amigos para quem eu liguei. Ele estava chorando. Eu estava chorando. Ele entra, me abraça, e não diz uma palavra. Vai até minha esposa e a abraça. Não diz uma palavra. Ele se vira e vai embora. Alguns minutos depois, outra batida na porta. Outro amigo parado na chuva. Ele entra. Não diz uma palavra. Me abraça. Abraça minha esposa. Vai embora. Alguns minutos depois, uma terceira batida na porta. É um amigo nosso que é madeireiro. Ele estava na mata quando recebeu a notícia. Ele entra, ensopado. Ele não fica quieto, ele me oferece um sanduíche. Ele diz, “Eu pensei que você ia precisar comer algo, aqui está meu sanduíche.” Ele me abraça e vai embora. Eu sei que aquele dia, e os dias que se seguiram, muitas pessoas disseram muitas coisas mas, os três que se destacaram foram os homens que não disseram nada – ou quase nada. Apenas abraçar um amigo, ou só estar lá, fala muito alto. Desde Gênesis 3, nós só podemos imaginar quantas lágrimas foram derramadas pelos filhos que morrem no correr dos anos. Mas, nós sabemos que um dia as lágrimas cessarão. Apocalipse 21 nos diz que haverá um dia em que não existirá mais pranto ou lágrimas ou dor porque as coisas velhas já passaram. Mesmo quando você está chorando pelo filho que você perdeu, passando pelas lágrimas, existirá um dia em que o choro cessará. As lágrimas cessarão e veremos a Jesus Cristo nas Bodas do Cordeiro e que dia será esse em que veremos nosso Jesus! Amém.